Como deu para perceber nas postagens anteriores, falo muito da época do 2º grau. Acho que é nesse período que a gente vai definindo, para valer, os nossos conceitos musicais. É claro que à medida que o tempo vai passando a gente conhece coisas novas, abandona coisas velhas, mas o molde, eu acredito, está sendo acertado entre os 14 e 17 anos. Foi nessa idade que eu aprendi, por exemplo, a importância de tocar direito, de respeitar a música e de não estragar as composições dos outros.
Aliás, levei essa época de aprendizado tão a sério que achei melhor ficar mais um ano na escola. E foi justamente no ano em que levei bomba que tive o primeiro contato com o Deep Purple. Não sei como, mas no final de 89 caiu na minha mão uma fita do “Made In Europe”. Gostei muito do som (ainda sem entender direito) e, principalmente, do baterista. No ano seguinte, conheci um cara que era realmente ligado no DP (meu querido amigo Vinícius), e que me mostrou coisas menos conhecidas do grupo. Gostei muito do que ouvi e comecei a sacar a bateria de Ian Paice.
Ao contrário de seu contemporâneo John Bonham, a bateria do canhoto IP passa quase despercebida na música, totalmente carregada pelos teclados, guitarras e vocais. Mas é só você tentar tocar alguma coisa que percebe o quanto as coisas são difíceis. IP tinha (e ainda tem) mãos e pés são muito rápidos, que passeiam pelo kit com muita destreza. Suas baterias, em termos de estrutura, não são das mais inventivas. Na verdade, ele toca sempre o que a música pede, sem querer ofuscar ninguém. O som, também, é bem tradicional e ocupa o espaço exato deixado pelos outros instrumentos. Isso, no entanto, não representa nenhum demérito na arte de IP. Muito pelo contrário, já que a sua técnica e musicalidade garantem a ela um lugar de destaque na lista de grandes bateristas de rock.
Tentando fazer uma leitura (barata) de sua personalidade, eu diria que IP é (e sempre foi) apenas um cara tranqüilo. Não tem a necessidade de ser adorado, não possui os arroubos artísticos de seus colegas e nem está preocupado em provar tudo o que sabe de uma só vez. Ele “simplesmente” toca bateria para valer, com a seriedade e o vigor que a música exige. Talvez por isso ele seja, hj, o único membro do DP a nunca ter saído da banda (coisa raríssima numa banda que teve várias formações).
Vamos à seleção musical....
Podcast: http://lomez.mypodcast.com/
YOU FOOL NO ONE
Burn, 1974
Um dos primeiros solos de bateria que me chamaram a atenção foi o dessa música, na versão ao vivo do “Made In Europe” – eu ainda prefiro essa gravação de estúdio. A técnica de IP é impecável. Tocar dessa forma, com o bumbo acompanhando o cowbell, é muito difícil. E ele ainda consegue dar um balanço fenomenal à batida. Gosto muito do teclado na parte em que a guitarra sola. Aliás, essa formação do DP é excelente, apesar de muito criticada pelos fãs mais xiitas.
FIREBALL
Fireball, 1971
Por falar em música que começa com pé no acelerador... IP pegou um bumbo emprestado e deu uma aula de como tocar os tambores. Uma coisa que sempre me amarrei nessa música é o pandeirinho que rola no começo do solo do órgão. Ele vai dobrando as notas dum jeito tão elementar, mas que funciona muito bem.
SPACE TRUCKIN'
Machine Head, 1972
Formação clássica do DP num disco clássico do rock mundial. Gosto bastante da forma com que IP acentua as passagens da música. Não sei pq, mas essa música tem, para mim, uma energia de soul. Acho que se Otis Redding fosse vivo, certamente teria gravado uma versão. Outra coisa muito legal é o overdub de bateria no meio da música. Detalhe especial para uma percussãozinha que surge no final, bem no fundo do canal direito.
BLACK NIGHT [ORIGINAL SINGLE VERSION]
Deep Purple in Rock, 1970
Clássssssico. IP toca com maestria a batida do rhythm’n’blues. Apesar do som tosco, gosto dessa versão. É uma das músicas que, até hoje, a platéia canta o riff como se fosse uma parte da letra.
THE MULE
Fireball, 1971
A versão de IP para Tomorrow Never Knows? Brincadeiras a parte, essa música, nos anos 70, era um dos temas do solo de bateria de IP. Gosto da consistência da batida, que não muda ao longo da música.
LAY DOWN STAY DOWN
Burn, 1974
Mais uma da formação “B” do Deep Purple. Rock no melhor gabarito. A bateria de IP toca o tempo todo, preenchendo os espaços e marcando todas as partes. Me amarro muito quando Coverdale e Hughes cantam juntos. Perfeita também é a base de piano no solo de guitarra.
SMOKE ON THE WATER
Machine Head, 1972
A escolha de tocar o ximbau com as duas mãos na introdução (e com o bumbo tocando os 4 tempos) dá um clima muito novo na música. Se isolarmos a bateria, seria impossível relacioná-la a um dos mais poderosos riffs da história. Isso é a prova que uma bateria sozinha não faz verão...
GETTIN' TIGHTER
Come Taste the Band, 1975
Essa música me fez enxergar o DP de uma outra forma. No 2º grau (sempre lá), tinha uma amigo que me emprestou o disco para tiramos essa música. Chegamos a tocar alguma vezes, mas nunca chegamos perto (claro) do balanço dessa versão.
BURN
Burn, 1974
Pura energia atômica. IP consegue solar no meio da estrofe e não atrapalha em nada a voz. Isso é Ian Paice na melhor mistura de finesse com força bruta.
Aliás, levei essa época de aprendizado tão a sério que achei melhor ficar mais um ano na escola. E foi justamente no ano em que levei bomba que tive o primeiro contato com o Deep Purple. Não sei como, mas no final de 89 caiu na minha mão uma fita do “Made In Europe”. Gostei muito do som (ainda sem entender direito) e, principalmente, do baterista. No ano seguinte, conheci um cara que era realmente ligado no DP (meu querido amigo Vinícius), e que me mostrou coisas menos conhecidas do grupo. Gostei muito do que ouvi e comecei a sacar a bateria de Ian Paice.
Ao contrário de seu contemporâneo John Bonham, a bateria do canhoto IP passa quase despercebida na música, totalmente carregada pelos teclados, guitarras e vocais. Mas é só você tentar tocar alguma coisa que percebe o quanto as coisas são difíceis. IP tinha (e ainda tem) mãos e pés são muito rápidos, que passeiam pelo kit com muita destreza. Suas baterias, em termos de estrutura, não são das mais inventivas. Na verdade, ele toca sempre o que a música pede, sem querer ofuscar ninguém. O som, também, é bem tradicional e ocupa o espaço exato deixado pelos outros instrumentos. Isso, no entanto, não representa nenhum demérito na arte de IP. Muito pelo contrário, já que a sua técnica e musicalidade garantem a ela um lugar de destaque na lista de grandes bateristas de rock.
Tentando fazer uma leitura (barata) de sua personalidade, eu diria que IP é (e sempre foi) apenas um cara tranqüilo. Não tem a necessidade de ser adorado, não possui os arroubos artísticos de seus colegas e nem está preocupado em provar tudo o que sabe de uma só vez. Ele “simplesmente” toca bateria para valer, com a seriedade e o vigor que a música exige. Talvez por isso ele seja, hj, o único membro do DP a nunca ter saído da banda (coisa raríssima numa banda que teve várias formações).
Vamos à seleção musical....
Podcast: http://lomez.mypodcast.com/
YOU FOOL NO ONE
Burn, 1974
Um dos primeiros solos de bateria que me chamaram a atenção foi o dessa música, na versão ao vivo do “Made In Europe” – eu ainda prefiro essa gravação de estúdio. A técnica de IP é impecável. Tocar dessa forma, com o bumbo acompanhando o cowbell, é muito difícil. E ele ainda consegue dar um balanço fenomenal à batida. Gosto muito do teclado na parte em que a guitarra sola. Aliás, essa formação do DP é excelente, apesar de muito criticada pelos fãs mais xiitas.
FIREBALL
Fireball, 1971
Por falar em música que começa com pé no acelerador... IP pegou um bumbo emprestado e deu uma aula de como tocar os tambores. Uma coisa que sempre me amarrei nessa música é o pandeirinho que rola no começo do solo do órgão. Ele vai dobrando as notas dum jeito tão elementar, mas que funciona muito bem.
SPACE TRUCKIN'
Machine Head, 1972
Formação clássica do DP num disco clássico do rock mundial. Gosto bastante da forma com que IP acentua as passagens da música. Não sei pq, mas essa música tem, para mim, uma energia de soul. Acho que se Otis Redding fosse vivo, certamente teria gravado uma versão. Outra coisa muito legal é o overdub de bateria no meio da música. Detalhe especial para uma percussãozinha que surge no final, bem no fundo do canal direito.
BLACK NIGHT [ORIGINAL SINGLE VERSION]
Deep Purple in Rock, 1970
Clássssssico. IP toca com maestria a batida do rhythm’n’blues. Apesar do som tosco, gosto dessa versão. É uma das músicas que, até hoje, a platéia canta o riff como se fosse uma parte da letra.
THE MULE
Fireball, 1971
A versão de IP para Tomorrow Never Knows? Brincadeiras a parte, essa música, nos anos 70, era um dos temas do solo de bateria de IP. Gosto da consistência da batida, que não muda ao longo da música.
LAY DOWN STAY DOWN
Burn, 1974
Mais uma da formação “B” do Deep Purple. Rock no melhor gabarito. A bateria de IP toca o tempo todo, preenchendo os espaços e marcando todas as partes. Me amarro muito quando Coverdale e Hughes cantam juntos. Perfeita também é a base de piano no solo de guitarra.
SMOKE ON THE WATER
Machine Head, 1972
A escolha de tocar o ximbau com as duas mãos na introdução (e com o bumbo tocando os 4 tempos) dá um clima muito novo na música. Se isolarmos a bateria, seria impossível relacioná-la a um dos mais poderosos riffs da história. Isso é a prova que uma bateria sozinha não faz verão...
GETTIN' TIGHTER
Come Taste the Band, 1975
Essa música me fez enxergar o DP de uma outra forma. No 2º grau (sempre lá), tinha uma amigo que me emprestou o disco para tiramos essa música. Chegamos a tocar alguma vezes, mas nunca chegamos perto (claro) do balanço dessa versão.
BURN
Burn, 1974
Pura energia atômica. IP consegue solar no meio da estrofe e não atrapalha em nada a voz. Isso é Ian Paice na melhor mistura de finesse com força bruta.
abs
Txotxa