Levando em conta as observações dos amigos, vou escrever um pouco sobre os homenageados e sobre as músicas escolhidas.
No caso de JB, sempre achei uma coisa muito curiosa: apesar de ter levado uma vida de excessos, sua música sempre foi sóbria e enxuta. Era um dos poucos que fazia uma coisa extremamente complicada soar estupidamente fácil aos ouvidos. Agora, vá tentar tocar para ver o estrago...
Além disso, conseguia reduzir o ritmo à sua essência, sem uma nota sobrando ou faltando.
Outra coisa interessante é a associação que fazemos quando o assunto é a bateria de JB.
Todos se lembram da força com que tocava, dos tambores gigantes, dos solos com a mão e do visual hippie-sujo.
Quanto ao hippie-sujo, realmente, não há muito o que dizer, mas em relação à arte por trás de sua batida existe um universo pouco explorado...
Força x Jeito
Várias pessoas que conviveram intimamente com "Bonzo", juram (e eu acredito) que ele tirava o mesmo som de sua Ludwig 24" na bateria de brinquedo de seu filho, Jason. Isso quer dizer que o seu volume era muito mais jeito do que força bruta. Batia no lugar certo, na hora certa.
Influências
Era muito fã do igualmente pesado Carmine Appice (Vanilla Fudge e Rod Stewart), mas o seu diferencial para os colegas de geração era o profundo conhecimento que tinha dos ritmos negros (Motown, Stax, James Brown etc). Sabia como poucos o lugar que a bateria deveria ocupar na música, qual o melhor andamento, quais peças usar.
Tambores
A associação de JB com os tambores gigantes é imediata, né? Mas não consigo me lembrar de nenhuma música do LZ que seja carregada pelos toms (coisa que ouvimos com Bill Ward, do Black Sabbath).
Agora, sobre as músicas do podcast:
1. Black Dog (How The West Was Won - 1972)
clássico numa versão ao vivo, que mostra porque o LZ é considerado um dos maiores shows de todos os tempos. a a sua cadência é uma coisa impressionante.
2. The Crunge (Houses Of The Holy - 1973)
um ótimo exemplo de como ele torna uma batida quadrada agradável aos ouvidos.
3. Good Times Bad Times (Led Zeppelin - 1969)
o bumbo! o bumbo! numa reportagem, li que Jimi Hendriz dizia que JB tinha o pé rápido como o de um coelho!
4. Ramble On (Led Zeppelin II - 1969)
a batida suspensa no refrão é sensacional e só perde para a entrada do solo.
5. Celebration Day (Led Zeppelin III - 1970)
como a bateria e o baixo carregam a música... tire a voz e a guitarra e vc tem o funky dos anos 60 da Atlantic e Stax.
6. Misty Moutain Hop (Led Zeppelin IV - 1971)
que som! a batida é uma locomotiva gigante, firme e sem sair da velocidade. detalhe para o bom gosto da virada que chama o refrão final.
7. Communication Breakdown (Led Zeppelin I - 1969)
para mim, é a sua batida mais "punk". sobra energia no jovem JB.
4 comentários:
Bem, você ja começou super bem, com o John Bonham, super batera, que realmente sabia o que a música pedia, e isso é o que importa, por isso que dexei o punk rock um pouco de lado, as bateras são tudo iguais, a guitarras e o baixo também, não é como o Led fazia, como o Pink Floyd fazia, então estou voltando um pouco no tempo e buscando esse tipo de influência, me embriagendo de Blues, flertando com MPB, encabulado com o Jazz, viajando no Prog e por aí vai !!!
valeu pela visita, rick.
daqui a pouco vou postar alguma coisa sobre certos bateristas de punk rock que eu acho que vai mudar um pouco essa sua impressão :)
abs
Muito salutar essa lembrança da influência soul no trabalho do Bonzo. Sabe como é: neurônio d emetaleiro não capta bem essas coisas. Acrescentaria aí mais três momentos máximos desse monstro da bateria: Aquela intro de "When The Leeve Breaks", que até o Beastie Boys andou sampleando; "The Wanton Song" (a bateria parece suspensa no ar) e "In My Time Of Dying". Sheers, Bonzo!
falou e disse, Fernando.
como o espaço é curto a gente acaba deixando muita coisa de fora.
valeu pela visita.
abs
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